O presidente é republicano e nacionalista. É tudo o que o cidadão médio quer diante das ameaças de crise mundial. Os Estados Unidos emergem depois da guerra como o novo centro de capitalismo mundial, uma vez que os financistas emigraram da Europa para lá. A City de Londres perde importância diante do crescimento de Wall Street. A preponderância americana depende, também, do fortalecimento do mercado interno e, para isso, é necessário a oferta de produtos mais baratos e a defesa da produção nacional. A primeira proposta é enfraquecer os concorrentes por meio da imposição de tarifas de importação mais altas.
O Supremo Tribunal Federal venceu. E não é a primeira vez. Várias decisões do governo são derrubadas sob a acusação de serem inconstitucionais. O braço de ferro entre os poderes da República é inevitável. Não se espera um golpe de Estado em um país com a democracia consolidada. Mas, com as diferentes interpretações dos atos do governo, parece que há uma competição e os juízes exacerbam na sua ânsia do poder. Mais uma vez é lembrado que os membros do Poder Judiciário não são eleitos, não têm mandato popular.
Há uma verdadeira festa a bordo. Mesmo antes do avião decolar de Brasília, os acepipes e tira-gostos passam de mão em mão. Uma taça de champanha, francesa é claro, para espantar qualquer temor para uma viagem que inclui a travessia do oceano Atlântico. Mas o que é isso comparável com festas, homenagens, hospedagens e passeios oficiais ou não? Poucos são os países convidados para as comemorações, e o Brasil é um deles.
A oposição tenta bloquear a votação dos projetos do governo no Congresso Nacional. Ela acusa o governo de estar infiltrado de esquerdistas que querem implantar o socialismo no Brasil. Nada escapa a um duro debate no plenário, nem mesmo as relações internacionais do país ficam de fora. A esquerda rotula a política norte-americana para a América Latina de imperialista e por isso faz forte resistência contra a instalação de novas empresas estrangeiras no Brasil e o envio dos lucros obtidos aqui para as suas matrizes na Europa ou nos Estados Unidos.
Há um verdadeiro braço de ferro institucional no país. O advogado dos indiciados no Supremo Tribunal Federal defende a tese de que a anistia é um instrumento jurídico e político voltado para a restauração da ordem constitucional e a pacificação social. Os apoiadores do governo não concordam. Isso provoca a eclosão de embates, tanto no plenário do Congresso Nacional, como nos partidos e na mídia de modo geral. O advogado não tem medo. Ocupa a tribuna com coragem e defende os acusados e a adoção da anistia.
Os militares querem impedir a posse do presidente eleito. Quem conhece um pouco da história da República brasileira não se surpreende. Desde o início da República, os militares se posicionam como os salvadores da pátria. Isso se agrava com o advento da luta ideológica entre o capitalismo e o comunismo. As escolas militares, influenciadas pelos americanos, doutrinam os jovens militares que assumem o comando dos quartéis com a missão de impedir que os esquerdistas assumam o controle do país.