Há uma confusão de jornalistas na porta do hospital. Cada pessoa que entra ou sai vestida de branco é assediada pela imprensa. Pode ser um médico que tenha informações privilegiadas sobre o estado de saúde do presidente da República. Ele foi transferido do hospital de Brasília para o hospital de São Paulo. Os repórteres buscam informações de bastidores, sobem e descem escadas e entrevistam quem encontram no caminho. Nenhum veículo de comunicação se dá por satisfeito com as entrevistas coletivas capitaneadas pelo médico responsável pela saúde do chefe do Executivo brasileiro.
Os partidos políticos são a perdição do Brasil. Pelo menos é o que diz a propaganda oficial do governo. Não contribuem para nada, são ninhos de corrupção, e um canal aberto para o fisiologismo e o paternalismo. Por meio deles é possível ter acesso às verbas governamentais e canalizá-las para os seus verdadeiros currais eleitorais. Com isso se consolidam no poder, uma prática tão antiga como a República brasileira. A quem interessa a existência de agremiações sem ideologia, programa claro, cursos de iniciação política, publicação de livros e panfletos?
Cogita-se na capital do país que o atual presidente da República quer ser novamente reeleito. Se isso se concretizar seria o seu quarto mandato à frente do Poder Executivo. Dezesseis anos de governo. Uma performance, pelo menos em termos de longevidade, só comparada à de ditadores europeus ou latino-americanos. Há quem diga que é a instauração do autoritarismo no país, contradizendo os redatores da Constituição nacional, que previram apenas uma reeleição. No máximo, oito anos. O exemplo vem sendo seguido por todos os presidentes da República até agora.
O presidente da República é acusado de autoritarismo. Reforçam as críticas da oposição e da imprensa o fato de ser membro do Exército. Ele não teve, até assumir a presidência, uma atuação política de destaque. Uma vez no poder, põe em vigor a doutrina das escolas militares que ensinam a seus alunos que a melhor forma de gerir o país é por meio de um Poder Executivo forte, com centralização das decisões e não com a repartição do poder entre os grupos políticos locais. Ninguém pode contestar que ele chegou à presidência de forma legal, de acordo com o que está determinado na Constituição do Brasil.
As pesquisas erraram mais uma vez. O embate entre democrata e republicano se torna um jogo de apostas. Ora o vento sopra de um lado, ora de outro. À margem de avaliações técnicas, se sobrepõe a torcida por um ou outro candidato. Ou seja, a emoção ofusca a visão dos cientistas políticos e jornalistas de todo jaez. Ninguém ignora que o que está em jogo é a liderança dos Estados Unidos no mundo, posto que ocupa desde o final da Segunda Guerra e, pelo menos aparentemente, não há adversário geopolítico que possa contestar a hegemonia da América, rotulada pela esquerda como potência imperialista.
 
A reunião dos países não é apenas para discutir o destino econômico do mundo. É para avaliar a substituição da moeda, que é amplamente aceita no comércio mundial, por uma nova. Perder a liderança como uma moeda global é entendido como uma perda de prestígio e que se está debilitado diante da nova ordem mundial. É reconhecer que não mais se lidera a economia mundial como no passado e não mais se tem o reconhecimento internacional  de sua pujança. Movimentação geopolítica pode mudar a principal moeda do mundo.
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